sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Essa é para os pais (e futuros pais) irresponsáveis que insistem em cantar essas malditas musiquinhas para crianças inocentes!! rsrsrs

CONVERSA DE DUAS CRIANÇAS!!!!

> - E aí, véio?
>
> - Beleza, cara?
>
> - Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
>
> - Quer conversar sobre isso?
>
> - É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me
> botando um terror, sabe?
>
> - Como assim?
>
> - Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo
> doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar.
> Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer
> me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com
> alguém?
>
> - Nunca.
>
> - Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe
> disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu
> pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai
> foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo
> ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
>
> - Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem
> uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua
> mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?
>
> - Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que
> meu pai tem um caso com a vizinha?
>
> - Como assim, véio?
>
> - Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então
> ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles
> dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É
> isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
>
> - Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
>
> - Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo
> de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
>
> - Tipo o quê?
>
> - Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato.
> Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
>
> - Caramba! Mas por que ela fez isso?
>
> - Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
>
> - Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
>
> - E sabe a Francisca ali da esquina?
>
> - A Dona Chica? Sei sim.
>
> - Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá,
> paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
>
> - Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
>
> - Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me
> contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter
> feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não
> gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo
> um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que
> ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
>
> - Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia
> fazer isso com o filho.
>
> - Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai
> sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns
> chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua
> mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela
> chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração
> dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar
> ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.
>
> - Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
>
> - É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes
> ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar
> que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco
> nessa rua.
>
> - Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
>
> - Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

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